Personalidades

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"(...)





Existem algumas expressões que ouvimos constantemente ao longo da vida:
"Quem sai aos seus não degenera."
"Filho de peixe sabe nadar"
"É uma pessoa devido à educação que teve."
"É um bandido porque não teve educação."


A educação que nos é dada é relevante para a nossa vida. Partimos sempre do pressuposto que uma boa ou má educação é meio caminho andado para uma pessoa ser boa ou má. Partimos também da ideia de que a personalidade assente em valores que nos foram incutidos pela família, pela escola onde estudámos, pelas amizades que fizemos. Enfim, todos achamos que são essa máximas que nos modelam enquanto pessoas que devem viver e saber conviver em sociedade.
Se bem que estes valores são importantes para a nossa formação, mais importante é a personalidade de cada um. E a personalidade nasce connosco e vai-se aprimorando ao longo da vida. Podemos ter tido a educação mais refinada do mundo e sermos uns bandalhos, uns bandidos, uns mentirosos, uns assassinos.
Podemos ter sido educados da pior maneira, termos visto as piores coisas que existem, convivido em ambientes familiares decrépitos e termo-nos tornado (ao contrário do que muitos pensam), em excelentes professores, bons médicos, advogados, diplomatas, termos um espírito de tal forma humano que foge totalmente à educação que foi dada e às vivências que tivemos.


Existem muitos exemplos, mas o que me ocorre de momento é o do famoso "Violador de Telheiras". Alguém que teve uma boa educação e assente nos bons príncipios morais e sociais, uma pessoas que estudou e terminou o curso com uma média elevada. Quem diz que uma pessoa com tal educação e uma boa pessoa seria capaz destas atrocidades? Aparentemente ninguém diria isso. Mas o facto é que não é a nossa educação nem as nossas vivências que nos moldam na sociedade, que nos dão personalidade. A personalidade surge no dia em que vivemos e desaparece no dia em que morremos, faz parte de nós e vai evoluindo connosco para um lado bom ou menos bom conforme nós queiramos. Se bem que a nossa educação seja importante eu não acredito que um filho de um ladrão o venha a ser só porque o pai o foi, assim como não acredito que o filho de um grande filantropo e humanista o seja só porque viveu nesse ambiente desde sempre.
Não podemos pegar nas educações e vivências para nos moldarmos à sociedade, nem as devemos usar em proveito próprio.Um exemplo será o que uma pessoa abusada na infância terá que ser um mau adulto, alguém promiscuo, sem princípios nem moral.


Eu sou filha de uma doente mental, acredito que tenha o gene e espero que ele continue bem adormecido ou em coma. Mas não é facto de ter tido uma vivência e infância que não foram fáceis, que me tornaram em alguém com uma personalidade fraca e que me aproveitasse da situação para proveito próprio. Se bem que fui educada para não tirar proveito da situação, nem a menosprezar, e saber viver e conviver com ela, a minha personalidade foi determinante para que a educação que me deram fosse avante, se bem que podia ter invertido a situação a meu favor e ter-me tornado numa "coitada" da sociedade. Mas a minha personalidade não se geriu e nem se gere nesses moldes.


Basicamente, o que eu pretendo dizer com este pseudo-testamento, é que apesar da nossa educação ser determinante para a nossa vida, não o é para a nossa personalidade, porque essa nasce connosco e vai-se moldando enquanto crescemos e vamos adquirindo conhecimentos.

Comentários

  1. Concordo em absoluto Inêsita.
    Não se põe em causa que o meio em que se vive, a educação, e as experiências ao longo da vida não contribuem para a construção da personalidade...
    Claro que contam, claro que é fundamental, mas...... há muita, mas muita coisa que não depende desses factores externos.
    E muitas vezes essa "muita coisa", faz toda a diferença.

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