Amor

Banalizaram o amor, a palavra amo-te, o verbo amar.

Banalizaram o sentimento, o verbo e a palavra mais profundos que existem dentro do ser humano.
Hoje pega-se num amo-te com a mesma facilidade com que se diz gosto. Ama-se uma camisola, tem-se amor a umas calças, amam-se as pessoas mesmo só gostando delas ou simpatizando.
Banalizou-se o que deve ser dito do mais profundo de nós. Tenho a sensação de que se usa o substantivo e o verbo por ser bonito, por ficar bem, por X ou Y gostar, não por ser realmente sentido, por vir dentro das nossas entranhas.
Como é que se pode dizer que se ama uma peça de roupa, quando só se gosta? Não se pode amar roupa, assim como não se pode amar um objecto. Pode-se amar a família, o mais que tudo, mas o acessório, o que não nos é essencial não se ama. Esse adora-se, gosta-se, admira-se, não se ama.
Faz-me confusão a banalização da palavra mais forte que existe, o facilitismo com que se diz só por ficar bem na fotografia, para ser bonito, ao corriqueiro que se diz amar.
Não amo camisolas e sapatos, livros e música. Gosto ou adoro, e para mim é assim que as coisas funcionam.
O verbo, o sentimento, e o substantivo tornaram-se quase que como corriqueiros nos dias de hoje. E eu não gosto mesmo nada de ver essa banalização.
Não banalizem a palavra, o sentimento, o verbo, porque todos precisamos dele, como é, com tudo, sem falsidades ou facilitismos, mas com sentimento.


Comentários

  1. Assusta de facto esse desapego. Essa banalização. As pessoas estão desprovidas de tudo, impressionante! :S

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  2. Felizmente é um verbo que respeito imenso.

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  3. Sodona Essência: eu penso exactamente da mesma maneira. Vou já buscar o desafio.

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  4. S*: de ti nem esperava outra coisa.Acredito que uses quando tens a certeza de que o podes fazer.

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