Daquilo do instinto e semelhantes

Admito que estou a bater na mesma tecla, mas isto tem-me estado a martelar na cabeça desde alguns dias para cá.

No outro dia, num dos testemunhos que dão no final da novela "páginas da vida", ouvi uma senhora dizer basicamente que toda a mulher nasce para ter filhos e ponto final. Também li por aí que toda a mulher nasce com instinto maternal e ponto final. Que quem não nasce para este "fim", quase que deixa de ser humano e não sabe amar, e ponto final.

Desculpem-me os que acreditam nas máximas de que toda a mulher nasce para ser mãe, mas isso é mentira. É uma redundância de todo o tamanho. Desculpem-me também os que dizem que toda a mulher que não tem instinto maternal ou que não pensa em ter filhos é praticamente uma criatura do demónio.

Estas filosofias de bolso, encaixam muito com a lógica de que toda a mulher sonha em casar e em constituir familía, um dado adquirido na mente de muitos e muitas.

Mas estas coisas não assim tão "chapa 5", como gostam de fazer crer. Existem muitas mulheres que simplesmente não se querem casar, não querem ter filhos, não têm o afamado instinto maternal.

Existem mulheres assim e ponto final. Mas não somos a semente do diabo, muito longe disso. Muito provavelmente existem motivos para não encaixarmos de "filosofia de bolso".

Comentários

  1. Acho que apenas na questão instinto maternal há "atenuantes", tu podes não ter o desejo de ser mãe, mas ter comportamentos maternais ao pé de crianças. Acho que historicamente e geneticamente a mulher será quase sempre maternal para com "crias", o que não quer dizer que queira ter 10 filhos e ser a criada da casa e do marido.

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    1. Sim, concordo. Mas há quem ponha tudo no mesmo saco e isso não deve acontecer. Eu gosto de crianças, tenho alguns comportamentos maternais, mas não me vejo mãe.

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  2. Nem todas têm esse sonho... eu, por exemplo, ainda não tenho esse instinto.

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    1. Ora aí está. Há quem ache que se sente desde sempre.
      Eu não acho.

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  3. acho que cada um nasce para ser o que quer, o dificil é saber o que se quer... (e muitas vezes, por não se saber o que se quer aceitam-se as imposições da sociedade)

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