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Guiné Bissau
Está armada a barraca na Guiné Bissau. E não me parece que seja uma barraquita pequenita, parece mesmo um barraca daquelas bem grandes, de fugir, onde nada nem ninguém é respeitado.
E vai dar que falar, o raio da barraca, parece-me bem que sim...
"Mais de um milhão de guineenses estão reféns de militares... guineenses. Temos sido sacudidos e violentados, usurpam e tolhem-nos os nossos direitos, até o mais básico. Até quando mais a comunidade internacional vai tolerar que gente medíocre - alguma classe política, e militar faça refém todo um povo? A história endossará uma boa parte da responsabilidade à comunidade internacional.Ajudem o povo da Guiné-Bissau; não os abandonem, agora, mais do que nunca. Tiveram todos os sinais de que uma insurreição era possível, ainda que desnecessária. Nada justifica o levantar das armas, é intolerável o disparo de armas pesadas numa cidade com mais de quatrocentas mil pessoas. É criminoso, acima de tudo. Tiveram tudo para estancar a hemorragia e a orgia de violência. Sabem há muito que este é um país que nasceu, cresceu e vive sob laivos de militarismo.Agora, tudo está calmo. Não há tiros, nem feridos nas urgências e menos ainda corpos na morgue resultado de mais uma brutalidade da canalha. Não se sabe quem morreu - espero e desejo que ninguém tenha sido morto. Um país é o último, e único, refúgio seguro para o seu povo. Foi traumatizante ver mulheres e crianças a chorar; é triste ver homens e jovens a fugir de homens e jovens como eles. É desolador. Estou abatido, e, sobretudo cansado. Não tenho sequer forças para gritar.Olho e registo tudo. Depois escrevo, na certeza de que alguém me vai ler e comungar dos mesmos sentimentos. O meu blogue, hoje, foi já acessado por mais de 50 mil pessoas. Ficará para a estatística. Teria preferido uma visita por dia, a ter de suportar cem mil pares de olhos tristes e enevoados: estão a matar-nos, estão a destruir as famílias, a tornar as crianças violentas.O pior da Guiné-Bissau, meus caros...é o guineense!Um abraço a todos,António Aly Silva"
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarÉ da maneira que por breves momentos vamos "esquecer" a nossa barraca. Porém, se isso vira moda, não sei não... na Grécia, já foi o que foi... agora na Guiné, os contornos são outros, mas não foge muito aos actos em si de selvajaria. Assim sendo, vamos aguardar. Contudo, também não gostava não de estar lá. Podres são dos inocentes que levam por tabela sem saberem ler nem escrever. É sempre assim...
ResponderEliminarSegundo fontes de quem está no terreno, parece que a comunicação social está a empolar os factos e parece que as coisas não estão tão más como as pintam... mas mesmo assim não deixa de ser preocupante, para quem lá está e é apanhado na confusão e também para muitos empresários que tinham visto na Guiné um mercado para investir. Agora p horizonte fica conturbado.
ResponderEliminarBeijinhos de esperança!