2 de Março

Cheguei às Caldas vinda de Lisboa a tempo de estar uns minutos na manifestação. Podia ter ficado por Lisboa e estar o meio milhão de pessoas que encheu o Terreiro do Paço, mas não pude. Mas não é preciso estar-se no meio das massas para se sentir que a meu lado, atrás de mim, e à minha frente está gente que pede o mesmo que eu peço: dignidade.

Também não é preciso estar no meio da multidão, para sentir um aperto por cada vez que ouço a Grândola Vila Morena.

Contudo admito que senti um misto de sensações ao cantar em coro a Grândola Vila Morena. Uma sensação de liberdade, misturada com uma tristeza e angústia enormes por estar e me ver rodeada de pessoas que perderam o que lhes é inerente por direito: Dignidade.

Há qualquer coisa embutida na voz de Zeca Afonso que nos ansiar pela nossa liberdade e dignidade enquanto pessoas.
E independentemente dos nossos ideais e crenças políticos há que lutar por uma dignidade a que temos direito, que não escolhe nem lados e nem cores políticas e partidarismos.

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