Dia do trabalhador

Com alguma inspiração vinda daqui, não resisto a "tecer algumas considerações e a deixar um "desafio".
Ninguém terá ficado indiferente ao desabamento do edificio que albergava uma fábrica no Bangladesh. Centenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas. Com essa tragédia veio ao de cima o tema da escravatura humana que muitos de nós esquecemos. E hoje, dia 1 de Maio parece ser um bom dia para o lembrar.

Por todo o mundo existe trabalho escravo. Achar que este existe apenas em países e continentes menos desenvolvidos é o que se pretende, é o que os media mostram e tendencialmente nós acreditamos. É certo que as situações são mais gritantes nesses locais, mas também é certo que mesmo na Europa e nos EUA existe trabalho escravo. E o mesmo se passa na América do Sul, que não existam quaisquer ilusões do contrário.

E, infelizmente todos nós contribuimos para essa escravatura, mesmo que indirectamente. Todos nós somos donos de escravos. Basta para isso ver as etiquetas das nossas roupas, o país onde foi feito o telemóvel que temos, a televisão que compramos. Desenganem-se os que pensam o contrário. Muitas pessoas fazem a roupa que usamos, os acessórios, os telemóveis. Basicamente tudo aquilo em que mexemos, que temos, usamos tem mão-de-obra escrava.

E hoje, dia 1 de Maio, mais do que alertar para os direitos dos trabalhadores, deveria ser feito um alerta para a escravatura no mundo. Apesar de estarmos em pleno século XXI, a escravatura existe, o tráfico de seres humanos continua a existir. 
É uma realidade dura, mas é essa a realidade.
Por algum motivo as grandes empresas estão a deslocalizar-se cada vez mais para países sub-desenvolvidos. Explicam-nos que a mão-de-obra é mais barata e que as empresas e fábricas têm menos custos. É o bonito de dizer, e o que queremos ouvir.
Mas estes "custos menores", não são nem mais nem menos do que escravatura. Pura e simplesmente escravatura.

Deixo o desafio: saibam quantos escravos têm. Eu tenho 40.

Comentários

  1. Uma pessoa fica sempre agoniada com este desrespeito pelos nossos semelhantes.

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