O meu diário
Enquanto andava à procura de fotografias da minha adolescência deparei-me com os meus diários. Confesso que senti pena em acessos de raiva com a vida em ter rasgado folhas de ambos. São dois diários.
Um da Inês pré-adolescente e já adolescente, com uma escrita própria, mas já com umas quantas dúvidas existenciais das boas, dificuldade e falta de crença nela mesma, mas com vontade de lutar, de se tornar alguém melhor aos olhos dos outros (as avaliações escritas das notas e respectivas considerações da minha pessoa mostram isso).
É curioso ver que nos idos anos 90, as notas escritas dos directores de turma não abordavam o comportamento, mas sim a insegurança e a falta de auto-estima no trabalho e no relacionamento. É quase estranho ver que as minhas dúvidas, as minhas angústias, as minhas vivências passaram de um diário pré-adolescente e adolescente, para o diário de adolescente grande e "adultazinha".
As mesmas questões, a mesma forma de as colocar passaram de uma faixa etária para outra, mudando apenas a forma como eram escritas. No segundo diário logicamente que falei dos "amores", que foram um misto de platonismo com uma insegurança e medos terríveis, um provável síndroma do patinho feio. Contudo permaneceu sempre na escrita os mesmos "problemas" existenciais da minha pessoa, mas já com alguma revolta embutida, bem como vontade e coragem de lutar, mas também um medo enorme de fraquejar e de se tornar num ser igual ao que via em casa.
Ao terminar de ler os diários (tenho imensa pena dos meus acessos de raiva adolescente com a vida), constatei que apesar de me rever perfeitamente no que escrevi, de sentir e de saber que sou eu mesma naquelas folhas perfumadas, parece-me que aquelas minhas dúvidas quase que seriam premonitórias. Felizmente aprendi a gostar de mim e a trabalhar a minha auto-estima (a mim o devo), a confiar em mim e nas minhas capacidades, mas caramba.....não consigo deixar de pensar em que parece quase "adivinhação" ver escrito inúmeras vezes palavras como "será que vou ficar igual à minha mãe", "sinto-me sozinha", "como é que vou aguentar", "eu não quero esta vida", "eu vou ganhar auto-estima", "eu vou gostar de mim", "eu vou aguentar", "eu quero uma vida normal"......
Um da Inês pré-adolescente e já adolescente, com uma escrita própria, mas já com umas quantas dúvidas existenciais das boas, dificuldade e falta de crença nela mesma, mas com vontade de lutar, de se tornar alguém melhor aos olhos dos outros (as avaliações escritas das notas e respectivas considerações da minha pessoa mostram isso).
É curioso ver que nos idos anos 90, as notas escritas dos directores de turma não abordavam o comportamento, mas sim a insegurança e a falta de auto-estima no trabalho e no relacionamento. É quase estranho ver que as minhas dúvidas, as minhas angústias, as minhas vivências passaram de um diário pré-adolescente e adolescente, para o diário de adolescente grande e "adultazinha".
As mesmas questões, a mesma forma de as colocar passaram de uma faixa etária para outra, mudando apenas a forma como eram escritas. No segundo diário logicamente que falei dos "amores", que foram um misto de platonismo com uma insegurança e medos terríveis, um provável síndroma do patinho feio. Contudo permaneceu sempre na escrita os mesmos "problemas" existenciais da minha pessoa, mas já com alguma revolta embutida, bem como vontade e coragem de lutar, mas também um medo enorme de fraquejar e de se tornar num ser igual ao que via em casa.
Ao terminar de ler os diários (tenho imensa pena dos meus acessos de raiva adolescente com a vida), constatei que apesar de me rever perfeitamente no que escrevi, de sentir e de saber que sou eu mesma naquelas folhas perfumadas, parece-me que aquelas minhas dúvidas quase que seriam premonitórias. Felizmente aprendi a gostar de mim e a trabalhar a minha auto-estima (a mim o devo), a confiar em mim e nas minhas capacidades, mas caramba.....não consigo deixar de pensar em que parece quase "adivinhação" ver escrito inúmeras vezes palavras como "será que vou ficar igual à minha mãe", "sinto-me sozinha", "como é que vou aguentar", "eu não quero esta vida", "eu vou ganhar auto-estima", "eu vou gostar de mim", "eu vou aguentar", "eu quero uma vida normal"......
Gostei tanto de ler este post...por me ter revisto em vários pontos.
ResponderEliminarGrandes vitórias já conseguiste Inês, outras virão!!!
Sabes que tens escrito outro diário? Daqui a muitos anos vais gostar de o rever:)
jinhosssssss
Este já tem três anos e por acaso nunca teve pausas.
EliminarE confesso que já o vou relendo.
Eu tive diários durante toda a adolescência, até aos 18 ou 19 anos. Não eram diários de desabafos, mas sim de resumos dos meus dias. Muito bom de recordar.
ResponderEliminarOs meus também têm resumos do dia-a-dia da típica adolescente. Foi impossível não sorrir com esta leitura
EliminarTambém tive a minha fase de diários, aliás como todas as adolescentes (este comportamento é mais usual nas meninas), julgo eu. Ainda guardo um deles mas que não tenho coragem para ler... penso que há memórias que devem ficar como memórias não atualizadas!
ResponderEliminarNo meu caso, as memórias vieram para os dias de hoje.
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