A verdade

A verdade é que vivemos num país, onde não é dada nenhuma importância ao património e à cultura.
E não é só a caso da emigração do João Tordo, o querer-se vender um espólio de Miró (sou a favor de que os quadros fiquem cá). Não é só o fim do Ministério da Cultura, é tudo.
E a culpa? A culpa é do governo? A culpa é do governo. Deste governo, do governo anterior, do anterior ao anterior e por aí adiante. Caramba, não me lembro de ter visto um governo que tivesse investido seriamente na nossa cultura, no nosso património, nada de nada. 
A cultura não enche o estômago, mas alimenta e muito o nosso espírito. A identidade de um País e de um Povo não se resume ao futebol. Nem de longe, nem de perto. A identidade de um país é a nossa história e nossa cultura, o nosso património. E caramba, choca-me. Fico chocada não só com a tentativa de alienarem das mais diversas formas a nossa identidade, mas também por nos quererem pobres, burros e incultos. Porque isso, isso da cultura é para os ricos, não é para quem quer é para quem pode. E para quem pode pagar, e assim ir dando ao "estado". Dar a este "estado" e a todos os "estados" anteriores. Porque sim, em Portugal a cultura é um luxo, luxo esse só ao alcance de alguns.

E voltando ao secretário da cultura, apenas umas linha: quem afirma que vender quadros é bom para as nossas finanças, sem dar importância ou conhecer uma lei "básica" que é lei de bases do património cultural, não é dado como tido ou achado no assunto, limitando-se pelos vistos a assinar despachos e outros papéis, mostra apenas o estado de desgraça em que estamos.

E a venda dos quadros de Miró, irrelevante para alguns, mostra que esta gente não olha a meios para atingir os seus fins. Este é mais um exemplo. Um entre muitos.


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