Dos interregnos

Muita coisa haveria a dizer.
Enquanto olhava para esta página em branco, deambulava sobre os interregnos da vida. Sobre os que fazemos por nossa liver e espontânea vontade e sobre aqueles que somos "convidados" a fazer por um qualquer motivo.

Este interregno no Brainstorming (que me leva a deambular nos seus primórdios que foram os rascunhos), foi como se fosse um misto de ambos: tive vontade/necessidade de o fazer, mas também foi "convidada" a fazê-lo. Digamos que foi impossível transcrever uma décima parte da amálgama de ideias, encontrar o fio condutor que me permitisse passá-las para o teclado e para o écran do computador. Quando a mente fervilha de ideias e de sensações, de vontades, indecisões, de mais do mesmo, quando se deixa de se conseguir focar neste prazer que é debitar letras no teclado do computador, quando o prazer se torna quase uma obrigação, quando me vejo "empurrada" a falar do que os outros falam, os mesmos assuntos, as mesma opiniões, sem daí conseguir discorrer algo que seja meu, verdadeiramente meu, a pausa impôs-se. Teve que se impôr, porque deixou de ter qualquer sentido o meu brainstorming, os meus antigos rascunhos, passar a ser somente um canto onde mais uma entre muitos manda para o ar uns quantos bitaites, publica umas fotos, partilha umas músicas, umas notícias, uma novidade.

Nisto dos interregnos, e disto de debitar palavras no teclado, ou bem que se mantém e se recupera a essência, o que levou e leva a escrever, ou não vale a pena. É que isto de me ter sentido tentada a ir com a "carneirada", não tem qualquer lógica ou fundamento. Simplesmente não tem.

   

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